Escritos pessoais: expressão de uma vida em ego-documentos de uma professora brasileira (1967-1969)
Resumen
Este artigo pretende analisar vestígios de experiências vivenciadas por uma mulher professora em seu processo de formação a partir de manuscritos pessoais localizados em ego-documentos (diários pessoais e cadernetas de anotação de leituras) que demarcavam sua vida e sua formação para o magistério. Essas fontes estão preservadas em um arquivo pessoal onde se procura estudar maneiras de expressão bem como os suportes materiais em que tais escritos se produzem, problematizando-os como lugar de sentimentos, emoções e afetos. O trabalho com este material autobiográfico tornou possível buscar evidências de como uma jovem viu e representou sua vida cotidiana e descreveu aspectos de sua formação escolar nos finais dos anos 1960, no sul do Brasil e, mais amplamente, examinar as práticas de escrita como práticas de memória feminina na clave dos estudos sobre o gênero feminino fornecedor de modelos geracionais que, entre permanências e rupturas. atestam padrões sociais e culturais da época. O estudo se ancora na perspectiva da História da Educação mediadas pela experiência investigativa da História do Tempo Presente que contempla, em diferentes temporalidades, as dimensões e possibilidades dos ego-documentos que permitem reconfigurações de passados onde é possível encontrar na singularidade de um escrito íntimo, um discurso, uma memória, uma história a contar.
Palabras clave
Texto completo:
PDF (Português (Brasil))Referencias
Albuquerque Júnior, D.M. (2007). História. A arte de inventar o passado. Bauru: São Paulo. EDUSC.
Amelang, J. (2005). Apresentação do dossiê «De la autobiografia a los ego-documentos: un fórum abierto». Revista Cultura Escrita & Sociedad, (1), p. 4.
Bellotto. H. L. (2006). Arquivos Permanentes. Tratamento documental. 4ªed. Rio de Janeiro: FGV.
Brito, A. C. L. e CorradI, A. (2018). Egodocumentos: os documentos que expressam a personalidade, intimidade e motivações dos titulares de arquivos pessoais. Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, (32), pp.98-129 doi: https://doi.org/10.14295/biblos.v32i2.7968
Butler, J. (2018). Fundações contingentes: feminismo e a questão do «pósmodernismo» En: Benhabib, Seyla [et al.]. Debates Feministas: um intercâmbio filosófico. São Paulo: Editora Unesp.
Butler, J. (2017). Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Camargo A. e Goulart, S. (2007). Tempo e circunstância: a abordagem contextualdos arquivos pessoais. São Paulo: Instituto Fernando Henrique.
Castillo Gómez,A.(2013). Escribir y arquivar los egodocumentos. Colóquio Internacional. Madrid: Universidad de Alcalá de Henares.
Cox, R. J. (2017). Arquivos Pessoais: Um novo campo profissional. Leituras, reflexões e reconsiderações. Belo Horizonte: Editora UFMG,
Cunha, M. T. S. (2019). (DES)ARQUIVAR. Arquivos Pessoais e Ego-documentos no tempo presente. São Paulo: Florianópolis: Rafael Copetti Editor.
Cunha, M. T. S, e Almeida, D. B, (2021) Arquivos pessoais no radar do Tempo Presente. Dimensões e possibilidades nos estudos acadêmicos. In: Cadernos de História da Educação, (2), pp.1-20. doi: 10.14393/che-v20-2021-49
Darnton, R (1987). Boêmia Literária e revolução. O submundo das letras no Antigo Regime. São Paulo: Companhia das Letras.
Dosse, F. (2003). A História. Bauru, São Paulo: EDUSC.
Ertzogue, M. H. e Parente, T. Gomes (2006). História e Sensibilidade. Brasília: Paralelo 15.
Foucault, M. (2000, 4ª ed.) O que é um autor. Lisboa: Passagens.
Gomes, A. de C. (1998). Nas malhas do feitiço: o historiador e os encantos dos Arquivos Privado. Estudos Históricos, (22) pp. 121-127.
Grobe, S. (2015). Cartas e correspondência ordinária como ego-documentos na análise linguística. Revista Linguística, (11), pp. 22-41.
Hartog, F. (2013). Regimes de Historicidade. Presentismo e Experiências do Tempo. Belo Horizonte. Editora Autêntica.
Hartog, F, (2017). Crer em História. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Hébrard, J. (2000). Por uma bibliografia material das escrituras ordinárias: a escritura pessoal e seus suportes. En: Refúgios do Eu. Educação, história, escrita autobiográfica. Mignot, A.C.V; Bastos, M.H.C. e Cunha, M.T.S (organizadoras). Florianópolis: Editora Mulheres, pp. 29-61.
Koselleck, R. (2006). Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos.Rio de Janeiro: Contraponto: EdPUC-Rio.
Lejeune,P. (1993). Le moi de demoiselles. Enquête sur le journal de jeune fille. Paris: Seuil,
Nóvoa, A. (2003). Textos, imágenes y recuerdos. Escrituras de «nuevas» histórias de la educación. In: Th. Popkewitz, F. Barry e M. Pereyra. (organizadores). História Cultural y Educación. Barcelona: Pomares, pp.61-84
Perrot, M. (1989). Práticas da memória feminina. Revista Brasileira de História, 9 (18), pp.9-18
Pesavento, S. J. (2008) Os Sete Pecados da Capital. São Paulo: Hucitec.
Prochasson, C.(1998). «Atenção: Verdade!». Arquivos privados e renovação das práticas historiográficas. Estudos Históricos, (22), pp.105-119.
Quoist, M. (1966). O diário de Ana Maria. 4ª ed. Rio de Janeiro. Livraria Agir Editora.
Ribeiro, R.J. (1992) Cinderela sem Complexos. Revista USP., (16), pp.116- 131
Ricoeur, P. (2007). A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora da UNICAMP.
Rousso, H.(2016). A última catástrofe, A história, o presente, o contemporâneo. Rio de Janeiro: FGV Editora.
Vincent-Buffault, A.(1996). Da amizade. Uma história do exercício da amizade nos séculos XVIII e XIX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Enlaces refback
- No hay ningún enlace refback.
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 3.0 España.