A Educação Moral e Cívica no Brasil durante a ditadura: poder e resistências

Amanda Marques de Carvalho Gondim, Alexsandro Barbosa Da Costa

Resumen


O presente artigo trata da presença do poder governamental brasileiro por meio da criação da Educação Moral e Cívica (EMC) no Brasil e da Comissão Nacional de Moral e Civismo (CNMC), órgão legitimador da EMC e as possíveis resistências no contexto de sala de aula. Criada como disciplina e prática educativa, tinha por principal objetivo a manutenção das «tradições nacionais», tendo em vista a formação de corpos obedientes e incontestes do modelo político adotado pelo governo. Como objeto de estudo, foram escolhidas duas escolas de Pernambuco ─ PE, estado conhecido por suas ações de resistências a governos autoritários. Em ambas foram verificadas as maneiras como o poder buscava se instituir e os mecanismos de relutância dos sujeitos ao sistema imposto. O método adotado foi a História Oral, por meio de entrevistas a ex-alunos e ex-professores(as) das duas instituições. A partir da análise de seus discursos, buscamos identificar possíveis mecanismos utilizados em sala de aula, para contrapor à imposição do governo acerca dos conteúdos a serem trabalhados pela EMC durante o período ditatorial. Ao final, foram percebidas que, em dado contexto escolar, o poder permitiu ou não maior resistência ao modelo pedagógico imposto a partir de uma dada compreensão do que se entendia por moral e civismo na sociedade brasileira daquele momento repressor.


Palabras clave


educação moral e cívica; poder; história oral; história do Brasil; ditadura

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DOI: https://doi.org/10.14516/fde.597

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