Participação de jovens-estudantes em escolas do ensino secundário: aprendizados, relações geracionais e inventividade política

Resumen

O artigo aborda iniciativas de formação e estímulo à participação de estudantes de ensino médio. Os dados advêm do estudo colaborativo Cidadãos inteligentes para cidades inteligente (2017-2018), desenvolvido por equipes de pesquisadores de universidades de Argentina, Brasil, Espanha e México. Por meio de abordagem qualitativa, a pesquisa visou compreender a “lacuna que existe entre a experiência cívica dos jovens em espaços de educação formal e sua vida no entorno cidadão”. A partir de levantamento bibliográfico sobre a estrutura do ensino médio e as iniciativas públicas direcionadas aos setores e segmentos juvenis em cada país; levantamento de dados sociodemográficos dos estudantes, foram realizados grupos de discussão em cada escola (considerando a natureza das unidades de ensino, ano escolar frequentado no ensino médio, recorte etário e por sexo/gênero além da situação na esfera do trabalho).  Nas escolas brasileiras, participaram 58 estudantes, homens e mulheres, entre 16 e 19 anos, de camadas médias urbanas de diferentes municípios do Estado de São Paulo. A partir de aportes da sociologia da educação e da juventude, interpretaram-se as propostas pedagógicas, a dinâmica e a cultura escolar que visaram contribuir à formação e ao estímulo à participação estudantil. Abordam-se, ainda, os modos como os estudantes se apropriam e os sentidos que atribuem às propostas recebidas, além das experiências e aprendizados de participação construídas no cotidiano das escolas. Além das tensões intergeracionais e da inventividade intrageracional nas ações no interior das escolas, o estudo destaca a importância da geração adulta no aprendizado político para a geração mais jovem.